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Novas tecnologias e o Metaverso: O futuro chegou, mas como ele nos impacta?

Outsmart Digital
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12 Abril 2022
|
10 min

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Você já sabe o que é metaverso? Provavelmente não. Isso porque o termo não se refere realmente a nenhum tipo específico de tecnologia, mas sim a uma mudança ampla (e muitas vezes especulativa) na forma como interagimos com a tecnologia.

Vamos falar sobre como se preparar para um futuro que ninguém sabe como vai ser - trazendo algumas das das diferenças da Web 2.0 e da Web 3.0 e explicando o que ninguém está te falando sobre o Metaverso.

O termo “metaverso” surgiu graças ao escritor Neal Stephenson, que no livro “Snow Crash” nomeou assim uma realidade virtual, que em tradução livre significa “além do mundo”.

Dos livros para a vida real - ou para a vida virtual - a ideia mais disseminada é a de que através de gadgets (como computadores, anéis, pulseira, roupas e óculos VR), possamos acessar uma realidade virtual de forma mais imersiva - com nossos avatares. Mas ainda tem muita coisa a saber: É um metaverso ou são vários? Como as marcas podem se beneficiar deles? Como se dará a adesão dos usuários?

Para alguns, a experiência seria como uma versão mais moderna e realista dos videogames, como no jogo Second Life, dos anos 2000, e na prática poderia trazer mais elementos da Web 3.0 - como a descentralização.

Para a Microsoft e Meta, que já investiram bilhões de dólares em iniciativas do metaverso - a divulgação de vídeos demonstrativos vem ocorrendo como uma grande campanha de marketing - mas a maioria das experiências mostradas ali não possuem ainda tecnologia no mundo real que permita certas interações, como assistir um show de forma virtual, interagindo com os telespectadores reais do evento - como foi divulgado em um dos vídeos de protótipo da Meta.

Alguns chamam quase qualquer iniciativa que envolva recursos de web 3.0 de “metaverso”, outros alegam que são múltiplos os metaversos, uma espécie de multiverso do metaverso...

Até certo ponto, a indústria de tecnologia em grande escala depende do futurismo.  Mas a verdade é que por enquanto, o que há são apenas projetos - alguns mais desenvolvidos, que utilizam nfts (tokens não fungíveis) para representar "bens"; outros que são apenas servidores de jogos; alguns ainda que prometem oferecer no futuro experiências realistas para atividades de trabalho como onboarding de funcionários remotamente ou reuniões com escaneamento do corpo e face dos participantes - como a iniciativa da Microsoft - que interagiriam em novas e mais modernas salas virtuais.

Vamos entender primeiro alguns aspectos da tecnologia, como a conhecemos hoje.

Descentralização da web e seus impactos

Na Web 2.0, a atual internet, como a utilizamos, os computadores usam HTTP na forma de endereços de site exclusivos para encontrar informações, que são armazenadas em um local fixo, geralmente em um único servidor.

As redes sociais, grande revolução da Web 2.0, só se tornaram possíveis pois desde que a Internet surgiu, vieram novos "blocos tecnológicos", que utilizamos na construção de uma web mais complexa, que permitiram a criação de novos tipos e volumes de dados, além da transmissão e utilização mais complexa deles. E tudo isso dependeu da popularização de tecnologia para o grande público: preços amigáveis a uma rede de melhor qualidade para transmissão de dados, a utilização em massa de dispositivos móveis, a aderência de marcas menores a plataformas que se popularizaram, etc...

Já na Web 3.0, como a informação seria encontrada com base em seu conteúdo, ela poderia ser armazenada em vários locais simultaneamente e, portanto, ser descentralizada.

Isso tiraria o poder dos enormes bancos de dados atualmente mantidos por gigantes da internet, como Google e Facebook - agora Meta - que prevendo essa mudança já estão construindo seu futuro no metaverso, com investimentos de bilhões de dólares.

Essa descentralização trará perdas financeiras a essas empresas caso elas se mantenham apenas no modelo Web 2.0 no longo prazo, mas poderão trazer maior controle aos usuários, no que tange aos seus dados.

O termo descentralização vem sendo questionado por algumas pessoas, como o ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey que alega que haverá, na verdade, outro tipo de centralização do controle de certos dados - e que isso só não está tão claro por enquanto - e que admite que devem surgir novos players, nesse aspecto.

O que um mundo virtual 3D tem de tão impactante? 

A primeiro momento, o maior impacto vem do incentivo à produção e distribuição de tecnologia física que permita a existência de uma estrutura muito mais complexa do processamento de dados.

Esse efeito de frenesi, “da super novidade da próxima geração da internet”, atrai investimentos que favorecem a valorização das criptomoedas envolvidas em certas tecnologias - mas despertam debates sobre a possibilidade real de implementação de muitas promessas que surgem nos mais sóbrios.

O que é divulgado para o usuário é que você pode ser o que quiser no metaverso, então a personalização do seu avatar é livre - mas, tecnologicamente falando, não se sabe ainda como o avatar transitaria entre essas diversas iniciativas virtuais - e sociólogos já preveem mudanças na forma como os indivíduos se relacionariam e se posicionariam no mundo, caso essa realidade venha mesmo a acontecer. Daí por diante, as interações podem variar desde ter uma casa e decorá-la, fazer compras online - em experiências que prometem ser cada vez mais próximas da realidade - até encontrar pessoas, participar de atividades, com reuniões mais realistas, jogos interativos, assistir shows, etc. Mas não há ainda solução palpável que explique como poderemos transferir nossos bens virtuais de um metaverso para o outro - e tampouco parece rentável e possível estabelecer que várias empresas estariam dispostas a se unir em prol de construir um único "metaverso", com intercâmbio total de dados, formatos e tecnologia.

E essa unificação das grandes empresas de tecnologia - que parece impossível agora - seria um fator chave necessário para o surgimento de uma Nova Web como nos vem sendo vendido de forma lúdica.

Mas a mera possibilidade do metaverso vem movimentando muitos investimentos, e por isso resulta em mudanças práticas no mundo real.

Essa possibilidade vem trazendo mudanças e trará atualizações às áreas de tecnologia, como Design e Engenharia de Software, especialmente em UX Design - e provavelmente veremos surgir novos programas de criação, além de novas linguagens de programação.

A verdade é que falar de metaverso agora - mesmo ouvindo especialistas em tecnologia - ainda é nebuloso. É como ouvir médicos e cientistas no início da pandemia - alguns acertaram mais do que erraram, outros erraram mais do que acertaram - e ninguém tinha tanta certeza do que estava por vir, pois era algo realmente novo e que se modificaria a partir das ações das pessoas e governos - e é exatamente nesse ponto onde o metaverso está. Não sabemos em que momento ele alcançará seu auge, nem se toda a população que hoje utiliza a Web 2.0 fará uso dele - Sequer sabemos de fato como ele será e se ele é de fato tecnologicamente possível - Se alguém diz ter certeza sobre o futuro dele, provavelmente está enganado, já que por enquanto ele é apenas um conceito, sendo construído através da iteração de usuários, investidores e empresas interessadas.

Mesmo com tantas incertezas, muitas marcas têm planos de criar lojas no metaverso, e algumas delas já estão por lá. Nike, Gucci e Adidas lançaram seus NFTs de roupas, e imobiliárias de terrenos virtuais já estão faturando milhões de dólares.

O que sabemos com certeza? 

Empresas focadas em NFTs, criptoativos e desenvolvimento de tecnologias inovativas têm muito o que crescer nos próximos anos, e mais ainda caso o otimismo com as possibilidades para essas tecnologias se mantenham.

Além disso, no campo dos estudos e trabalho, podemos esperar recursos multimídia que facilitem a interação com outras pessoas, de qualquer lugar. E não só isso: O investimento no metaverso vai abrir possibilidades para o avanço da ciência e das práticas médicas -será possível ampliar a realização de procedimentos cirúrgicos, diagnósticos, reabilitação, procedimentos robóticos a distância etc., de forma personalizada e em tempo real. Com a expansão da telemedicina será possível atender em consultas um contingente muito maior da população. Tudo isso ajudará no planejamento pré-operatório, redução do tempo das cirurgias e trará mais segurança aos procedimentos. E provavelmente a gente vai desfrutar dessas mudanças ainda na Web 2.0.

Há muita expectativa e investimentos 

As expectativas quanto a essa realidade virtual são tantas que já atraiu muitos investidores. Recentemente, Mark Zuckerberg (Meta), anunciou ter grandes planos com o metaverso, expandindo as atividades da empresa, que até mudou de nome.

Outra investidora pioneira é a Epic Games, que tem feito grande sucesso com jogos como o Fortnite, em que já aconteceram shows virtuais, como de Ariana Grande e do grupo de K-pop BTS, reunindo milhares de jogadores.

Empresas brasileiras também estão de  olho no metaverso. Alguns exemplos são: VRGlass, que desde 2011 aluga e vende equipamentos de realidade virtual, e VR Monkey, fundada em 2015, e que desenvolve jogos que trabalham com a realidade virtual. Toda essa animação mostra o quanto o universo da realidade virtual pode ser promissor para os negócios e para o desenvolvimento da sociedade em vários âmbitos.

Cases Inovativos 

Por mais distante que o metaverso esteja, os criptoativos já são uma realidade tecnológica. Um de nossos clientes, a FoxBit, mostra como é possível ser inovativo e rentável: São uma corretora de valores que permite a compra e venda de criptoativos através de depósito em reais (BRL). Mesmo ao fazerem uso da venda e compra de um recurso novo e complexo - as criptomoedas - não deixaram de investir na Web como a conhecemos hoje: Possuem um site e um aplicativo - como uma corretora de valores tradicional - e fazem conexões com sistemas financeiros "normais" para viabilizar a entrada dos usuários reais nesse novo mercado. E, por fim, estão onde seus usuários estão: Na Web 2.0.

Você também se sente em um episódio de Black Mirror às vezes?! 

Calma, tudo isso é só o começo. Ainda são muitos os desafios para implantar o metaverso e torná-lo acessível para todos.

O assunto é empolgante, mas também polêmico. É preciso considerar desde questões como o acesso à internet de qualidade, até os impactos sociais que podem surgir, como a privacidade dos dados das pessoas nesse novo formato, que tem potencial para ser mais “invasivo” na coleta se não houverem legislações protetivas e também há a questão da exclusão social - já tão latente atualmente que poderia se agravar.

Mas há o outro lado: os dados e ativos, mais rastreáveis com tecnologias como o Blockchain, podem se tornar uma forma de impedir corrupção e sonegação de impostos no futuro, por exemplo.

Mas enquanto isso, que tal ir se preparando para o Metaverso e aproveitar o que o mundo virtual tem a oferecer para facilitar a nossa vida e os negócios?

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