Precisamos falar de tecnologia social
Outsmart Digital
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2 Setembro 2022
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6 min
Pra começar, vamos entender melhor esse espectro amplo das Tecnologias Assistivas e as consequências da falta desse tipo de tecnologia para comentar como aumentamos a acessibilidade da foodtech LivUp em seu site.
Desenho universal para todos… Será?!
Você já ouviu falar do Estatuto da Pessoa com Deficiência (PCD)? Criado em 2015, esse documento visa garantir direitos iguais e qualidade de vidas às PCDs. Nele está a ideia de Desenho Universal, que quer dizer que produtos, bens e serviços devem ser acessíveis a todos - mas não é bem assim na realidade, mesmo agora, anos depois. A gente já sabe que as tecnologias em geral, inclusive as assistivas, são essenciais. Então por que ainda não são uma realidade para todos?
Elas oferecem condições para que as PCDs exerçam atividades do cotidiano de forma autônoma, aumentando a sua qualidade de vida.
Envolvem, além de funcionalidades ligadas à internet, equipamentos simples que podem melhorar a desenvoltura da pessoa com deficiência em suas atividades diárias - é o caso de talheres adaptados, piso tátil e bengalas luminosas.
Alguns outros exemplos: controles de games adaptados, narradores de texto, serviços que viabilizam o acesso a atendimento médico especializado, educação inclusiva, engenharia e arquitetura inclusivas também fazem parte disso.
E há muita inovação nesse sentido que merece ser citada.
No Brasil, a chegada de novas empresas do ramo tech inclusivo tem crescido nos últimos anos.
Conheça alguns exemplos: a empresa TiX Tecnologia, fundada em 2009 amplia a autonomia e comunicabilidade com tecnologias de acessibilidade digital, educação digital e reabilitação - e criou o Teclado Inteligente Multifuncional TiX, que torna os computadores acessíveis a pessoas com limitação de movimento.
Já a Hand Talk, fundada em 2012, faz tradução do que uma pessoa ouvinte escreve para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e através de um tradutor de sites e um aplicativo facilita a comunicação com as pessoas que possuem deficiência auditiva.
Fica fácil imaginar o impacto disso na vida das pessoas que possuem alguma deficiência - e além de serem empresas inovadoras, elas estão levando inclusão social a mais pessoas.
E como ficam a cultura e o lazer das PCDs nessa história?
Em 2017 chegou ao Brasil a organização sem fins lucrativos AbleGamers, que tem como intuito tornar os videogames acessíveis aos jogadores com deficiência através de adaptações físicas nos aparelhos -em parceria com fabricantes de consoles e de jogos, como Playstation, Microsoft (Xbox), Steam e Nintendo, eles desenvolvem novas soluções a partir de pesquisas com usuários reais e as distribuem a preços mais acessíveis.
Além disso, o turismo adaptado, por exemplo, permite o alcance e a utilização de serviços, edificações e equipamentos turísticos com segurança e independência pelas pessoas com deficiência.
Outro aspecto urgente no processo de inclusão social das pessoas com deficiência, é o mercado de trabalho.
A Lei 8.213/91, em seu artigo nº 93, prevê a reserva de vagas de trabalho para pessoas com deficiência no setor público e privado. Mesmo no contexto pós pandêmico, com a redução da taxa de ocupação - são as tecnologias, o acesso à internet e a comunicação à distância (através de gadgets assistivos) que permitem que pessoas com deficiência tenham a garantia à convivência social e acesso a oportunidades de trabalho e crescimento, propiciando uma realidade menos desigual financeiramente.
Para garantir às pessoas com deficiência as mesmas condições de acesso a bens, serviços, espaços e empregos na sociedade - a luta das pessoas que não têm deficiência também será importante.
Outro ponto importantíssimo é tornar nossos produtos digitais o mais acessíveis possíveis através do apropriado uso de UX Design, com contrastes e espaço de toque que sejam amigáveis.
Um site mais inclusivo para a LivUp
Um case interessante é o da Liv Up, que tem como visão ser uma empresa inclusiva.
O principal objetivo em melhorar a acessibilidade, para a LivUp, é o de possibilitar que todos consigam usar os produtos desenvolvidos - pensando no direito das pessoas com deficiência ou daquelas com dificuldades de navegação, como o público idoso.
O foco do nosso projeto juntos foi o de criar soluções que otimizassem certas ferramentas de acessibilidade integradas a um design com tamanhos de fonte mais amigáveis e contraste elevado, o que possibilita a navegação e proporciona uma experiência de compra melhor mesmo às pessoas que não estão tão acostumadas a utilizar produtos digitais.
Em seu site, a LivUp se preocupou especialmente com algumas questões técnicas que aumentavam a acessibilidade - por isso, os nossos desenvolvedores alocados lá sempre pensavam e validavam as alterações de código baseados na otimização de leitores de telas e navegação pelo teclado.
Tecnologias aplicadas
Para receber o selo de acessível a libras e site amigo dos surdos - a LivUp precisou de tecnologia pensada para acessibilidade. Usamos o que já havia por padrão como linguagem de programação: HTML e componentes React Native, mas criamos um código que faça sentido para quem navega nas labels, botões e links utilizando apenas áudio.
Na navegação pelo teclado, na versão web, que é utilizado junto ao leitor de tela, o design forneceu ainda mais destaque ao que estava em foco, com botões que auxiliam o usuário que precisa de um feedback mais visual.
A estrutura do código HTML foi construída para que faça sentido no leitor de tela - por exemplo, na construção de um link para a página inicial, ao invés de utilizar uma "div", usamos uma tag de âncora "a”.
Além disso, no site, utilizamos o plugin HandTalk que é um tradutor virtual de português para a língua brasileira de sinais.
Um dos grandes entraves para a inclusão é que a sociedade ainda exige que as pessoas com deficiência se moldem a ela, sendo que na verdade é a sociedade que deve se adaptar para atender igualitariamente a todos.
E você, se preocupa dentro da sua empresa com a criação de produtos que sejam de fato inclusivos para o máximo de usuários possíveis?